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Uma pesquisa inédita realizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), publicada em agosto de 2024, revelou os principais fatores que levam os trabalhadores com carteira assinada a se demitirem. O levantamento evidencia que os motivos mais relevantes incluem a busca por outro emprego, salários insatisfatórios e a falta de reconhecimento profissional. Outras questões mencionadas são o estresse no ambiente de trabalho e problemas éticos relacionados à forma como a empresa opera.

A pesquisa foi conduzida com 53.692 trabalhadores que solicitaram desligamento entre novembro de 2023 e abril de 2024. O questionário foi enviado por meio da carteira de trabalho digital entre 10 e 21 de junho de 2024, a pedido do ministro do MTE, Luiz Marinho. O objetivo era entender o crescente número de demissões, que saltou de 7,4 milhões no ano passado para 4,3 milhões nos primeiros seis meses de 2024, conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Estresse e falta de reconhecimento profissional são pontos expressivos

O estudo revelou que 36,5% dos trabalhadores que pediram demissão já tinham outra oportunidade de emprego garantida. Já 32,5% mencionaram o baixo salário como principal motivação. A falta de reconhecimento no trabalho afetou 24,7% dos respondentes, enquanto 24,5% citaram problemas éticos relacionados à gestão da empresa. Outras questões, como problemas com a chefia imediata (16,2%) e a falta de flexibilidade na jornada de trabalho (15,7%), também foram destacadas. Além disso, o adoecimento mental devido ao estresse no trabalho foi relatado por 23% dos participantes.

De acordo com Paula Montagner, subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho do MTE, as motivações para a demissão não variaram significativamente entre diferentes faixas etárias, sexos, raças ou regiões. Entre os dados notáveis, 58% dos trabalhadores que encontraram um novo emprego tinham vínculos celetistas anteriores, e 63% desses foram recontratados em até 30 dias com salários superiores aos anteriores.

Diferenças de gênero e faixa etária influenciam nas razões em pedidos de dispensa

O levantamento também revelou diferenças de gênero nas motivações para a demissão. Mulheres relataram mais frequentemente problemas com a chefia imediata e a falta de flexibilidade, além de maior adoecimento mental relacionado ao estresse. Já os jovens indicaram mais frequentemente problemas éticos e a falta de flexibilidade no trabalho como razões para suas demissões. As dificuldades de mobilidade foram mais acentuadas em São Paulo, afetando diversos grupos.

A pesquisa destacou também que, entre os motivos adicionais, 27,8% dos trabalhadores não encontraram relevância em questões externas mencionadas, enquanto 23% citaram o estresse como fator determinante e 21,7% enfrentaram dificuldades de mobilidade entre casa e trabalho.

A advogada especializada na área trabalhista empresarial Flávia Polycarpo acredita que este tema é muito relevante para a área de Recursos Humanos das empresas, já que o custo com admissão, treinamento é alto para as empresas, e depois de tudo isso, ainda as pessoas vão embora pedindo demissão. “Este inédito estudo é um recurso indispensável para os setores de RH que buscam entender as razões que levam os colaboradores a deixarem suas empresas. Com esses insights, as empresas poderão reajustar seus processos e criar estratégias eficazes para reter talentos”, pontuou.

Para visualizar os dados completos da sondagem, acesse: https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/noticias-e-conteudo/2024/Agosto/sondagem-inedita-feita-pelo-mte-aponta-principais-motivos-para-pedidos-de-demissao/copy_of_sondagemdesligadosapedido080824.pdf